Queda de 5 pontos percentuais na aprovação é influenciada pela polêmica envolvendo a regulação do Pix, aponta levantamento

A desaprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alcançou 49% em janeiro, de acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira (27), pelo instituto Quaest. Pela primeira vez, o índice de desaprovação superou a aprovação, que caiu para 47%. Outros 4% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder.

Em comparação com o levantamento de dezembro de 2024, a desaprovação aumentou dois pontos percentuais, enquanto a aprovação sofreu uma queda de cinco pontos, passando de 52% para 47%. A pesquisa ouviu 4.500 pessoas entre os dias 23 e 26 de janeiro deste ano, com margem de erro de 1 ponto percentual e nível de confiança de 95%.

Avaliação negativa supera a positiva pela primeira vez

A pesquisa revelou que 37% dos entrevistados avaliam a gestão de Lula como negativa, contra 31% em dezembro. Já os que consideram o governo positivo diminuíram de 33% para 31%. Outros 28% classificam a administração como regular.

Além disso, a percepção de que o Brasil segue na direção errada cresceu para 50%, enquanto 39% acreditam que o país está no caminho certo. No levantamento anterior, esses índices eram 46% e 43%, respectivamente.

Polêmica com o Pix impacta avaliação do governo

Segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, a queda na aprovação do governo foi fortemente influenciada pela polêmica envolvendo a regulação do Pix. O episódio foi o tema negativo mais citado pelos entrevistados, com 11% mencionando o caso.

A controvérsia surgiu após a Receita Federal estabelecer regras mais rígidas para o rastreamento de transações financeiras, incluindo movimentações feitas por Pix. A norma exigia que bancos informassem ao Fisco transações acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas. Após críticas e disseminação de desinformação sobre o tema, Lula revogou a medida.

A pesquisa aponta que 66% dos brasileiros acreditam que o governo “errou mais do que acertou” ao lidar com o caso. Apenas 19% avaliam que a gestão acertou mais do que errou, enquanto 5% consideram os erros e acertos foram equivalentes. Outros 10% preferiram não opinar.

O levantamento marca um momento crítico para o governo Lula, que enfrenta desafios tanto na comunicação com a população quanto na gestão de temas sensíveis que impactam diretamente sua avaliação pública.